Bom dia, meus queridos.
Ou melhor, boa tarde, quase noite!!! Já são quase 18h.
Hoje vou contar um pouquinho da experiência de participar do espetáculo no Castelo de Amboise.
Ontem foi minha segunda participação.
O espetáculo conta a história de Amboise desde suas origens lá por volta de 503, com o povo celta que viveu por aqui, indo para a idade média, passando pelos rei Calos VIII, rei Luis XII, Ana De Bretanha, rei Francisco 1 e Leonardo D’Vince que morou e morreu aqui.
A história é alguma coisa assim (essa não é a história oficial do espetáculo, mas um apanhado geral - e bem geral, diga-se de passagem - meu):
Amboise foi a principal cidade dos Turones, povo celta que deu o seu nome à futura provícia de Touraine (nome da região). As fortificações foram progressivamente construídas junto ao rochedo que domina a confluência dos rios Loire e Amasse.
Na região, por volta de 503, há o encontro de Clovis, Rei dos Francos e Alaric, Rei dos Visigodos (lembro desse nome das aulas de história – rsrsrsrsr – o lugar tráz uma mistura de povos e culturas que eu não tinha idéias - rsrsrsrsrsr).
Em 1214, Felipe-Augusto, Rei da França, investe em Touraine e torna o bastião de Amboise torna-se seu vassalo.
Em 1431, Luís de Amboise foi condenado à morte por conspiração contra o Rei Carlos VII e o Castelo de Amboise, onde vivi (esse aqui) foi confiscado à favor da Coroa . Em 1470 o filho do Rei Luís XI, futuro Rei Carlos VIII, nasce no Castelo de Amboise, onde residiam.
O Imperador Maximiliano da Áustria, tinha os olhos voltados para a região da Bretanha para ampliar seus territórios. Mas em 1491, com a morte do duque Francisco II de Bretanha, o rei da França Carlos VIII casa-se com a Ana da Bretanha , depois de grande competição com a Áustria e a Bretanha passa a ter uma união (pessoal) com o Rei da França.
Como Carlos VIII e Ana da Bretanha não tiveram filhos.Com a morte dele em 1498, ela é obrigada, por contrato de casamento, a casar com o novo Rei da França, Luís XII, primo do então Rei (tudo isso para não perder a Bretanha – viche!!!!!).
Sabem como o Rei morreu???
No dia 07 de abril de 1498, o Rei dirigia-se, com a Rainha Ana da Bretanha para a galeria Haquelebac, do castelo, situada por cima do fosso - que ligava seu aposento ao das Sete Virtudes, situado na muralha sul – para assistir a um jogo ( “Jue de Paume”). Eis que ele bateu com a cabeça no lintel da porta e acabou morrendo poucas horas depois, com 28 anos e sem herdeiro varão.
Como não havia varão na família real, Luis XII escolhe Amboise para receber seu primo Franciso de Angoulême, que seria o primeiro na linha de sucessão , juntamente com sua mãe Luisa de Sabóia e sua irmã Margarida. Ele passa a infância no castelo e sobe ao trono em 1515 e incorpora a Bretanha ao Reino da França, definitivamente, quando se casa com Cláudia de França, filha de Luis XII e Ana da Bretanha e confirma com o nascimento dos seus filhos Franciso e Henrique.
Com a morte do rei de Nápoles, Ferrante I, Carlos VIII reivindica seu reino. Assim começam várias campanhas à Itália que vão levar sucessivamente os Reis Carlos CIII, Luis XII e Francisco I ao ducado de Milão, com algumas vitórias e também derrotas francesas.
Mas dessas campanhas surge o gosto pelo renascimento italiano, que veio a mudar significativamente a arquitetura dos castelos do Loire, sendo o de Amboise o primeiro a incorporar tais mudanças.
O fascínio pelo Renascimento torna Franciso I um grande mecenas das artes e protetor dos letrados. Ele passa a conviver com vários artistas italianos sendo um deles Leonardo D’Vinci a quem convida a visitar a França em 1516.
Este chega à corte Francesa com 64 anos e hospeda-se na Clos-Lucé, com vencimentos de 700 escudos de outro. Ele era matemático, astrônomo , anatomista, projetista, desenhista, pintor, escultor, arquiteto, inventor... filósofo. Aqui dedica-se ao desenho, ensino, estudo dos canais, do urbanismo, da arquitetura, sendo atribuído a ele os projetos do palácio de Romarantin e de partes do Castelo de Chambord, especialmente sua escadaria dupla, que serve aos três pisos do castelo sendo que uma não tem contato com a outra , em nenhum momento.
Muito chegado ao Rei, Leonardo imaginou vários divertimentos para ele, como por exemplo os fogos de artifício.
Dentre suas invenções e estudos estão a bicicleta, o carro tanque, canhão, ponte móvel, bomba d'água e inspiração para muitos voos.
São seus ainda desenhos belíssimos sobre a anatomia humana e de animais.
É dele a frase: "Le mouvemente est cause de toute vie" ( o movimento é a causa de toda a vida).
Ele faleceu em 2 de maio de 1519 e foi sepultado, de acordo com sua vontade, no Castelo deAmoise, na capela de Sto. Humberto.
Dentre suas invenções e estudos estão a bicicleta, o carro tanque, canhão, ponte móvel, bomba d'água e inspiração para muitos voos.
São seus ainda desenhos belíssimos sobre a anatomia humana e de animais.
É dele a frase: "Le mouvemente est cause de toute vie" ( o movimento é a causa de toda a vida).
Ele faleceu em 2 de maio de 1519 e foi sepultado, de acordo com sua vontade, no Castelo deAmoise, na capela de Sto. Humberto.
Retomando minha caminhada...
No primeiro dia fui camponesa junto com mais uma espanhola, um suíço, um alemão que são alunos da escola de idiomas e da Beatriz, suíça que é a gerente da unidade de Amboise.
Já no de ontem, progredi um pouco (rsrsrsrsr). Além de camponesa eu fui musicista da corte: toquei algumas músicas para o Rei e sua corte, para o rei e sua namorada e ainda anunciei o cortejo de Leonardo D’Vinci (chique, né???).
Legal de mais. Nisso tudo, há a questão histórica, mas chama mesmo atenção o cenário que é o próprio castelo. A gente acaba percorrendo alguns locais que são fechados ao público – algumas passagens secretas de outrora. Isso tudo faz a gente parar um pouco para pensar em quanta história essas paredes carregam.
Além disso, tem o fato que toda a população da cidade se movimenta em torno disso, participam desde os senhoras e senhores mais velhos até os bebezinhos de colo ainda amamentando como eu vi, passando pelas crianças, jovens e adultos de todas as idades. Cada um com o seu papel que é encarado com muito respeito e compromisso duas vezes por semana, durante todo o verão. Você encontra a mulher que trabalha na prefeitura, a outra que trabalha do central de informações turísticas, a outra que é gerente da escola, etc, etc, etc. Quando falta gente como ontem, cada um encara quantas funções forem necessárias, dentro e fora de cena. Tudo com a maior gentileza e cara boa. E todo mundo toma conta de tudo, cuida de cada material do espetáculo com o maior cuidado. É uma estrutura super legal: atores, população , técnicos de luz e som, roteirista, responsáveis de cena e manterias, figurino com seus responsáveis, coordenadores de elenco...
Os cavalos também estão na história da cidade: em 1469, o Rei Luís XI, 8 anos depois dele se tornar Rei, instaura a primeira ordem da calaria francesa: a Ordem de São Miguel. A cerimónia acontece em Amboise, no Colegiado de São Florentino.
No espetáculo, as performances dos cavaleiros são lindas e os cavalos são maravilhosos. Tem ainda um poneizinho bem pequetito chamado Tarzan.
A criançada também faz sucesso nos seus números e os acrobatas e engolidores de fogo também. É mesmo muito legal tanto ver, quanto participar.