Boa tarde, gente.
Nosso corpo é mesmo muito poderoso.
Felizmente, a cada dia a ciência confirma um pouco mais
dessa história.
Que coisa boa!!!
A sensação do momento é o hormônio irisina.
Recentemente, uma equipe de pesquisadores do Dona-Farber
Cancer Institute, ligada à Escola de Medicina de Harvard isolou esse hormônio
natural produzido pelo nosso corpo - nos músculos - quando realizamos
atividade física.
A irisina estimula algumas células adiposas a fazerem a
termogênese, ou seja, a produzirem calor, acelerando assim o metabolismo da gordura
marrom e estimulando o emagrecimento.
Os autores da pesquisa afirmam que a proteína que atua
como mensageira química é uma promissora candidata ao desenvolvimento de novos
tratamento para a diabetes, a obesidade, e talvez outras doenças, incluindo o câncer
.
"É emocionante encontrar uma substância natural
ligado ao exercício que tem um claro potencial terapêutico", diz Pontus
Bostrom - pesquisador chefe da equipe - na entrevista à Harvard Gazett.
Bruce Spiegelman, biólogo celular também da equipe, acrescenta
que “a descoberta é um passo inicial importante na compreensão dos mecanismos
biológicos que traduzem o exercício físico em mudanças benéficas por todo o
corpo, em pessoas saudáveis e para a prevenção ou tratamento
de doenças”.
Essa descoberta é realmente fantástica.
Mas cabe ressaltar que esse hormônio é naturalmente
produzido em nosso corpo quando fazemos atividade física.
Em outras palavras: caminhar, correr, nadar, andar de
bicicleta, subir e descer escadas, pular corda, dançar, jogar, dentre outras
tantas atividades, promove a produção – natural - desse hormônio que leva ao
emagrecimento.
Continuando o raciocínio: em estado normal, o corpo não
necessita de doses adicionais e artificiais desse hormônio.
O corpo sozinho da conta do recado.
Ele é poderoso e sabe fazer seu para casa direitinho,
basta a gente fazer a nossa parte, estimulando-o.
A importância desse hormônio ser isolado em laboratório
esta associada às questões terapêuticas, patológicas. Preguiça não é o caso aqui.
Acho interessante a
mídia brasileira dar destaque as pesquisas científicas.
Na folha de São Paulo
a irisina foi manchete de destaque em 12/01/2012, com a reportagem de Rafael
Garcia: “Cientistas descobrem hormônio que imita efeitos de exercícios”.
A
irisina foi também capa da revista Veja, no mês de agosto desse ano, com a
reportagem “Hormônios: eles comandam tudo, do humor ao emagrecimento”, de
Adriana Dias Lopes e Natalia Cuminal.
Entretanto, quero
compartilhar meus incômodos, ao observar alguns detalhes das citadas
reportagens, que considero boas, mas que – na minha perspectiva - pecaram em
alguns pontos:
O primeiro incômodo
foi o título da reportagem da Folha ao dizer que esse hormônio imita o efeito de exercícios.
O segundo incômodo foi
ao ler a primeira frase dessa mesma reportagem: “Um novo estudo abre perspectiva de que os exercícios
físicos possam ser trocados por uma
pílula”. Trocados, uauu, isso
é difícil de digerir.
O terceiro foi a capa
da Veja, quando associa esse hormônio ao terno ginástica
em gotas.
Será que precisavam
usar tais colocações???? Elas não seriam
distorções????
Meu receio é que
colocações desse tipo gerem pensamentos equivocados na população, afinal a mídia
é um importante instrumento de formação de opinião.
Volto a lembrar que a
irisina é produzida com a prática da atividade física, ela não substitui a
atividade física, como essas colocações podem sugerir.
Finalizo esse texto trazendo a frase da Dr. Lucina Spina,
endocrinologista, doutora pela UFRJ: “a irisina pode contribuir muito na
qualidade de vida e no emagrecimento, mas a realização da atividade física
ainda é insubstituível. Um treino regrado e uma alimentação balanceada são
fundamentais para uma boa saúde”.
Da minha parte acrescento: o corpo reage muito bem a todo
estímulo que damos a ele.
Então a vocês eu digo: nada de delegarem suas competências
– aquilo que compete a cada um fazer – a outros, mesmo que esse outro seja um
hormônio sintentizado em laboratório a partir do que lhe é próprio.
Um dos papeis da ciência é auxiliar-nos a entender o
nosso próprio funcionamento. Mas isso é para que continuemos a ser sujeitos de
nossa própria história, e não objetos “sofredores” da ação do outro.
Abraço,
Maria Tereza Naves Agrello
psicóloga, prof. ed. física e massoterapeuta
especializada em Leitura Corporal e Indança
CRP-04: 13.506 e MEC-LP: 3047
psicóloga, prof. ed. física e massoterapeuta
especializada em Leitura Corporal e Indança
CRP-04: 13.506 e MEC-LP: 3047
Fonte:
Veja: (Edição 22283,
ano 45, número 34 de 22 de agosto de 2012)
Outros endereços eletrônicos
onde vocês podem ler comentários sobe a irisina: