Pular para o conteúdo principal

A obesidade e o satisfazer-se.

fonte de origem: abaixo


Boa tarde.

Hoje um companheiro do grupo "Corpo: templo da emoção", do Linkedin, postou uma matéria do "The Wall Street Journal" sobre "a América Latina virar campo de testes para medidas de combate à obesidade". Vale a pena ser lida (o link esta abaixo). 

Essa matéria me fez resgatar algumas reflexões antigas, uma delas é sobre o "satisfazer", ou mais especificamente, o "satisfazer-se", tema importante que a obesidade vem trazer, segundo a perspectiva da Leitura Corporal. 

Creio que é sempre muito salutar refletir sobre as mensagens subliminares que são passadas, escondidas atrás das palavras, dos gestos e das ações; na propaganda, no marketing isso pode ter efeitos colaterais estrondosos. 

Por outro lado, penso que a reflexão deve partir também para o universo pessoal. É por aí, então, que quero caminhar agora.

Tomando como referência a Leitura Corporal, uma das informações que a obesidade oferece é que estamos falando em "não saciedade", em outra palavras,  "não satisfação". 

Parto do pressuposto que o "corpo" esta "24 horas a nosso favor", nos mostrando os nossos descaminhos e, simultaneamente, apresentando alternativas para a retomada dos possíveis caminhos. 

Então ...
se somos um planeta preocupado com a obesidade, vou arriscar dizer que somos uma planeta fazendo muito, mas satisfazendo-se pouco. Logo, o "aprendizado" passa pela "satisfação".

Voltando meu olhar para as crianças da atualidade, vejo que elas estão trocando o brincar explorando a motricidade pelo brincar cuja enfase é no mental. Curiosamente, elas também estão vivendo sob a égide da obesidade. Por onde anda a satisfação real do "corpo brincante" que corre, pula, sobe, desce, mexe, remexe... e aprende a "ser". 

"Corpo" que brinca é "corpo" que explora o universo das possibilidades reais de construção de si mesmo, pela tentativa e erro. E é nesse movimento de experimentação genuína e curioso do brincar, do mover, no qual o indivíduo  tenta/erra/refaz/acerta/celebra/tenta/erra... que ele se "faz", se "refaz", se "satisfaz". 

Casas apertadas; carros roubando espaços antes destinados às árvores; exploração livre do movimento sendo substituído por movimentos cada vez mais determinados e regrados; tempo cada vez mais reduzido para cumprir compromissos cada vez maiores e mais exigentes...

Tempo.... tempo.... falta de tempo!

Por onde anda a real satisfação das vontades??? No descortinar das vitrines dos shoppings? Na globalização dos desejos? Na homogenização dos pensamentos? Na intransigência com as diferenças? Na arrogância da onipotência? Na falta de tempo?  

Creio que , muitas vezes, as vontades realmente genuínas ficam tão soterradas em tantas normas e procedimentos sociais agregados aos auto-impostos e em tanta falta de tempo, que mal conseguimos localizar se elas existem.

Se estamos com dificuldade de localizar as vontades genuínas, saberemos localizar se elas nos satisfazem? Saberemos satisfazê-las?

E nessa história de auto-esquecimento, o nosso amigo de todas as horas - o "corpo" - se prontifica a nos mostrar alguma coisa. E ele - nosso corpo - cresce, cresce, cresce... como se estivesse tentando dizer para a gente mesmo: 

_ Hei, agora que eu cresci será que dá para você enxergar? 

Será que com o "corpo" crescido o sujeito consegue enxergar o sujeito especial que ele é e que esta escondido. 

Uma pausa para falar da gordura corporal. Ela tem algumas funções muito legais, por exemplo: age como isolante térmico, auxiliando a temperatura interna a ficar no ponto ideal constantemente; protege os órgãos internos das pancadas e; atua como reservatório de energia, diga-se de passagem, de "energia da melhor qualidade". A gordura também é poderosa no que se refere a isolar e proteger os sentimentos e as emoções dos "impactos" dolorosamente sofridos. Ela, também, acumula toda a energia não utilizada para a satisfação dos desejos e das vontades genuínas que ficaram escondidos nos escombros do auto-abandono. Por outro lado, é como se as células de gordura ao crescerem estivessem dizendo: _ Pode ir, o tanque esta cheio, pronto para a deliciosa "viagem" da "auto-satisfação".


fonte de origem: abaixo


Em vários cantos do planeta, a obesidade tornou-se uma questão de saúde pública. Por que não pensar em auto-satisfação genuína como resposta a essa demanda social alarmante? Tempo para a auto-satisfação das demandas genuína como política de saúde, já imaginaram que maravilha? Aí poderemos falar em "Saúde Pública".

Creio que essa "crise planetária de obesidade" é uma grande oportunidade para refletirmos, individualmente e coletivamente, sobre o quanto o que estamos fazendo esta nos, realmente, satisfazendo: satisfazendo nossos desejos, nossos sonhos, nossos potenciais, nossas habilidades, nosso crescimento pessoal, nosso companheirismo, nossa força pessoal...  nossa amorosidade pelo outro, pelo meio e por nós mesmos.


Maria Tereza Naves Agrello

psicóloga, prof. ed. fís, massoterapeutal
CRP-04: 13.506 e MEC-LP: 3047




Link resportagem: http://online.wsj.com/article/SB10001424052702304137304579289071694347190.html?dsk=y&mg=reno64-wsj&url=http://online.wsj.com/article/SB10001424052702304137304579289071694347190.html



Fonte da primeira imagem: https://www.google.com.br/search?q=obesidade+imagens&espv=210&es_sm=93&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=9kk7U_r6E-nQsQTOqIDIDA&ved=0CC4QsAQ&biw=1280&bih=709#facrc=_&imgdii=_&imgrc=oHXa0--mfB3oHM%253A%3B3F7OzELi96qm2M%3Bhttp%253A%252F%252F1.bp.blogspot.com%252F-WD7dVlMB_7A%252FULUbguYLHZI%252FAAAAAAAAAK4%252FDkPu2GdJlm8%252Fs1600%252Fepidemia_obesidade_pode_criar_tsunami_doenca_cardiaca.jpg%3Bhttp%253A%252F%252Fclinicaharmoniacorporal.blogspot.com%252F2012%252F11%252Ftratamento-da-obesidade-pela-acupuntura.html%3B590%3B300

Fonte da segunda imagem: https://www.google.com.br/search?q=obesidade+imagens&espv=210&es_sm=93&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=9kk7U_r6E-nQsQTOqIDIDA&ved=0CC4QsAQ&biw=1280&bih=709#facrc=_&imgdii=oHXa0--mfB3oHM%3A%3BzlbJ41VH7Zi-aM%3BoHXa0--mfB3oHM%3A&imgrc=oHXa0--mfB3oHM%253A%3B3F7OzELi96qm2M%3Bhttp%253A%252F%252F1.bp.blogspot.com%252F-WD7dVlMB_7A%252FULUbguYLHZI%252FAAAAAAAAAK4%252FDkPu2GdJlm8%252Fs1600%252Fepidemia_obesidade_pode_criar_tsunami_doenca_cardiaca.jpg%3Bhttp%253A%252F%252Fclinicaharmoniacorporal.blogspot.com%252F2012%252F11%252Ftratamento-da-obesidade-pela-acupuntura.html%3B590%3B300

Postagens mais visitadas deste blog

Segmento cefálico: relaxamento e meditação

Na correria do dia a dia e com o excesso de preocupação, não é raro sentirmos a cabeça cheia, os olhos cansados...  E, se pararmos para perceber, nos deparamos com a boca presa, o rosto tensionado... e até as orelhas enrijecidas.   No áudio de hoje, vamos mesclar uma prática de relaxamento, com foco no segmento cefálico e a meditação guiada.  Boa prática!!! Pratica meditativa de relaxamento segmento cefálico e meditação guiada p31221g21221 Maria Tereza Naves Agrello CRP-MG: 13.506 Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

Sustentabilidade corporal

Boa tarde!!! Sustentabilidade. Esse é um termo muito frequente na atualidade. No site http://www.sustentabilidade.org.br/   , Portal da Sustentabilidade, encontramos o seguinte conceito: "Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana.  Propõe-se a ser um meio de configurar a civilização e atividade humanas, de tal forma que a sociedade, os seus membros e as suas economias possam preencher as suas necessidades e expressar o seu maior potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais, planejando e agindo de forma a atingir pró-eficiência na manutenção indefinida desses ideais.  A sustentabilidade abrange vários níveis de organização, desde a vizinhança local até o planeta inteiro." A INDANÇA - dança terapêutica e de promoção de saúde -, comunga dessa visão e propõe pensar o corpo a partir do eixo da sustentabilidade. ...

Outro dia em cena no Castelo

Boa noite!!! Hoje, novamente tive o prazer de participar do espetáculo no Castelo de Amboise. Acabei de chegar. Foi super legal.  Ao final depois do espetáculo, os integrantes ficam no gramado onde acontece tudo, para que os turistas possam vir conversar e tirar fotos.  Nessa hora, encontrei um grupo de brasileiros de São Paulo. Eles não compreenderam toda a história e vieram me perguntar. Fiquei muito honrada em poder passar um pouco dessa bela história para eles, especialmente sobre a contribuição do meu ídolo, Leonardo D'Vinci (rsrsrsrsrsrsrsr).  É muito legal também ver o envolvimento das pessoas de todas as idades.  Numa das cenas, do meu lado havia um bebezinho de poucos meses, todo vestido com roupinhas da época, no colo do pai que também participa, junto com a esposa.  A disposição do pessoal mais velho é algo que chama a atenção.  Vários deles fazem várias participações diferentes. É um troca troca de roupa, danado. E fazem ttudo...