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Mostrando postagens de dezembro, 2014

MENSAGEM DE NATAL 2014

Ao longo da minha vida, no mês de dezembro, minha mãe preparava a casa para a celebração de Natal. O presépio era sempre algo especial , apesar da simplicidade.  Ela envolvia pedras e pedaços de tijolos com papeis diferentes, que imitavam pedras e musgos, para formar a montanha e a manjedoura; algumas casinhas de barro, da tradição mineira, ao longe na “montanha”, representavam Belém;  um espelho velho formava o lago com patinhos; os animais ficavam espalhas por todos os cantos; os três reis magos, vindo ao longe; a “estrela-guia” ; Maria, José, o menino Jesus deitado num berço de palha, o Divino Espírito Santo. Cada ano ela fazia variações criativas sobre a mesma temática, numa harmonia simples e única que encantava os olhos e aguçava a curiosidade. A árvore de natal, normalmente, grande e natural, era decorada com luzinhas coloridas, bolas de diferentes tamanhos e enfeites variados; os pendentes em espirais, que faziam a magia do movimento ao sabor do vento, completavam a de

LANÇANDO OLHARES SOBRE O CORPO...

        “Suponhamos, como nos contos de fadas em que as coisas mudam de formas, que o corpo é um  Deus por si só, um mestre, um mentor, um guia autorizado. E daí? Seria prudente passar a vida inteira torturando esse mestre que tem tanto a dar e a ensinar? Desejamos passar a vida inteira permitindo que os outros depreciem nossos corpos, julguem-nos, considerem-nos defeituosos? Será que temos força suficiente para renegarmos o pensamento geral e prestar atenção, com profundidade e sinceridade, ao nosso corpo como um ente poderoso e sagrado?         Está errada a imagem vigente na nossa cultura do corpo exclusivamente como escultura. O corpo não é de mármore. Não é essa a sua finalidade.  A sua finalidade é de proteger, conter, apoiar e atiçar o espírito e alma em seu interior, a de ser um repositório para as recordações, a de nos encher de sensações - ou seja o supremo alimento da psique. É a de nos elevar e de nos impulsionar, de nos impregnar de sensações para provar que existim

CORPO-SUJEITO-GRÁVIDO

A perspectiva que separa corpo e mente como se fossem fragmentos amontoados do sujeito, leva-nos a construir uma imagem de corpo e mente como duas entidades distintas e independentes. No entanto, podem imaginar corpos “belos e perfeitos” caminhando no calçadão de Copacabana, no Rio, ou na Avenida Bandeirantes, em Belo Horizonte, enquanto suas respectivas cabeças permanecem assoberbadas, debruçadas sobre carteiras de salas de aula, ou sobre mesas de empresas e escritórios, pensando em grandes projetos intelectuais? O corpo pode ser  dicotomizado  assim? O corpo enquanto gestalt (forma) é a mediação do indivíduo com o social ao mesmo tempo em que é o registro da existência concreta do sujeito.  Corpo é o próprio existir. Em várias etapas do desenvolvimento do indivíduo, ou seja, no processo de aquisição da individualidade, ou da  singularização  do  eu-sujeito , a referência concreta do  corpo-gestalt  é marcadamente importante. Na primeira infância, na adolescênc