Outro dia uma reportagem sobre o caminho das fezes dos animais do jardim zoológico me fez lembrar do caminho natural das coisas e do maravilhoso ciclo da vida, ciclo do universo.
Em síntese, o alimento nutre o corpo – que, sabiamente, desde a boca vai apreciando, degustando e envolvendo cada particula ao mesmo tempo que vai fazendo a seleção do que deseja e precisa naquele momento. É um longo percurso de afinização – tomar o alimento reconhecível pelo organismo, caso contrário ele o identificaria como objeto estranho e lançaria de recursos para eleminá-lo – assimilação, avaliação e reavaliação do que é, ou ainda é, útil e o que já está na hora de ir embora. Identificado o que o corpo não mais precisa, as fezes são liberadas para seguirem seu caminho e quem sabe como as do animais do Zoo se tornarem esterco, fonte de nutriente para outros seres vivos.
Este é o ciclo da vida, o ciclo do universo... o que eu já não preciso eu posso liberar para que outros o utilizem. Assim é com a respiração que nos nutre de oxigênio e outros gases, mas também alimenta os vegetais de gás carbônico.
O ciclo do vida é um eterno ciclo de satisfação das necessidades e desejos pessoais e de troca e partilha com o outro, com os outros. Está é a lei da abundância: deixar ir o que já não se precisa mais pois aquilo que se deseja e precisa já está a camionho, vindo ao seu encontro.
É preciso deixar ir para degustar o prazer de receber.
É preciso esvaziar para que se possa encher.
A casa precisa estar limpa e vazia para receber o que está por vir.
O novo precisa de espaço para se exercer.
A árvore se nutre da terra, da água, do sol e do ar, se fortalece, se embleza e no seu esplendor gera o fruto que a torna ainda mais atraente. Mas numa dado momento, quando é chegada a hora, ela abre mão do fruto, que abre mão da semente, que abre mão de ser semente e.. BROTA...
Maria Tereza Agrello (05)